“Quando a vida não te pertence – Da cumplicidade ao amor, da união à separação, Parte I” (Texto 32 de 35)
Caminha em direção a casa e deixa-se agredir pelas baixas temperaturas sem se preocupar em defender-se. Pensa no que o amigo de Lisboa lhe tinha dito e sente que continua sem respostas.
“Tens provas do envolvimento dele em negócios ilícitos? Tens provas de qualquer ameaça contra a vida dele? Tens alguma prova concreta do que quer que seja? Dizes que era teu amigo, mas porra, Duarte, tudo o que me tens transmitido é que não o conheces. Vai, apresenta queixa à PJ e não te esqueças de entalar-me a mim também por te ter ajudado com esta merda. Uma mão cheia de nada, foi um acidente ou o gajo fartou-se e atirou-se daí abaixo”.
Agarra no telemóvel e liga para um número que tinha conseguido obter através de um colega.
- Vera, fala Duarte Nascimento, eu sei que não são horas, mas há uma testemunha que alega saber da sua relação com o Rodrigo, e uma outra que diz a ter visto a sair do imóvel na hora e no local do crime.
“Sim, Duarte, estás cada vez mais ético de dia para dia. Continua assim e vais acabar atrás de um bar a servir bebidas” pensa frustrado com os atos irrefletidos que continua a ter em nome de desvendar o muito que para ali parecia estar a acontecer.
- Crime? Qual crime?
Vera chora convulsivamente do outro lado da linha e apesar de Duarte repetir querer encontrar-se com ela para não estarem a fazer isto por telefone, ela vai dizendo que é tarde, que não tem nada para falar com ele e acaba por desligar.
Desiste e apressa o passo em direção a casa e pensa que tudo o que quer é dormir, quando menos de três minutos depois recebe uma chamada de um número não identificado:
- Duarte, dentro de cinco minutos vou estar à sua espera junto ao estacionamento do miradouro da praia da batata.
Está a pouco mais de dois minutos da zona onde tem o carro, hesita se o vai buscar ou se vai a pé até ao miradouro e perante o peso dos últimos dias decide-se pelo carro.
Ainda havia veículos a circular e um acabara por passar por ele a uma velocidade notoriamente excessiva.
Estacionou, saiu do carro e sentou-se no separador metálico virado para o mar a contemplar o infinito.
Eram um quarto para a uma e a noite hoje era do vento norte, não convidava de forma alguma ao passeio noturno. O estacionamento encontra-se vazio e o restaurante abaixo já se encontrava encerrado.
Não esperou muito tempo e consegue vê-la a atravessar a estrada. “Teria vindo a pé?”
Ele perguntou-lhe se preferia falar dentro do carro, ela disse que não, que estava bem.
- Duarte, fiz nos últimos anos muita coisa de que não me orgulho, mas não tenho nada a ver com a morte do Rodrigo, alguém que eu prezava muito. Se quiser falar, vou pedir-lhe que deixe o seu telemóvel no carro e que caminhe comigo.
Ele acedeu, deixou o telemóvel no porta-luvas e trancou o carro.
E vou ficar à espera da conversa.
ResponderEliminarBfds
(sorrisos) Abraço e bom fim de semana
EliminarSerá que o Duarte não se vai meter em trabalhos? Esquisito pedir que deixe o telemóvel no carro a menos que ela pense que ele vai gravar a chamada. Será que não vai levar o Duarte para uma emboscada? Esperemos para ver, não é amigo João?
ResponderEliminarAbraço, saúde e bom fim de semana
Tem tudo para dar asneira… (sorrisos) Não sabe as vezes que olhei para os textos de pois de escritos e publicados e pensei “devia ter seguido este caminho ou aquele”.
EliminarClaramente ela não queria arriscar ver a conversa gravada.
Falta um texto… espero que goste.
Um abraço e muita saúde
A aproximar-se do fim.
ResponderEliminar.
Cumprimentos poéticos.
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Obrigado, abraço
EliminarTive o mesmo pressentimento que a Elvira, Para polícia, Duarte é muito crédulo e descuidado. A não ser que tenha outro telemóvel ou um gravador escondido. Neste momento, homem ao mar, é uma possibilidade a considerar eheheheh
ResponderEliminarBom dia, João
Vamos lá ver se Duarte vai dançar com os peixes... (sorrisos)
EliminarUm beijinho para ti
O diálogo presencial entre Duarte e Vera pode ser esclarecedor, sim, porque estamos a três textos do final do mesmo.
ResponderEliminarO telemóvel no carro pode ser uma estratégia, não sei. Esperemos pela conversa de ambos.
Bom domingo.
Já estamos só a um texto e neste momento tudo pode acontecer... um resultado final ou um "grande nada"... (sorrisos)
EliminarUm beijo para si e um fim de semana inspirado
Penso que esse Duarte ou é muito corajoso, seguro de si, ou imprudente e ingênuo. Está se metendo em confusão. Algo me diz que vem encrenca por aí... kkkkkk. Ansiosa pro final da história. Beijos doces
ResponderEliminarDuarte é um policia, mas está claramente acima das suas capacidades numa luta contra o tempo a correr atrás de um suposto não assunto… a acreditar que não se tratou nem de um acidente, nem de um suicídio (não sei se estará certo; ou sei mas não quero dizer – sorrisos), está cansado, com poucas horas de sono e para mim, este momento foi um possível erro levado pelo excesso de confiança, ou por não ver vera como um suspeito, ou pelo desgaste a que está sujeito, ou eventualmente por finalmente começar a ver onde é que está metido.
EliminarUm beijo e um fim de semana inspirado
O Duarte já está por tudo. Ele não me parece inexperiente e pode ser que tenha como resolver a situação caso se descontrole...
ResponderEliminarAbraço
Olinda
Vamos ver... (sorrisos) Abraço e obrigado, um fim de semana inspirado e tranquilo
EliminarO ter acedido em deixar o telemóvel no carro, pode ter sido um grave erro, pois o Duarte não sabe se a Vera não estará implicada em algo suspeito e perigoso.
ResponderEliminarBeijinhos