"Quando a vida não te pertence – Não, não acredito na hipótese suicídio” (Texto 14 de 35)
Duarte despede-se e sai em direção a casa, sente-se triste e exausto e caminha vagarosamente, enquanto a sua mente viaja a grande velocidade pelos muitos momentos de convívio que ele e Rodrigo tiveram. Recorda-se de num fim de tarde quente de verão, após mais um treino, falarem do tema suicídio, a propósito de uma amiga de infância sua que “se tinha libertado desta existência terrena” e estas tinham sido as palavras de Duarte. Rodrigo foi assertivo, direto e coerente, como sempre era e confessou-lhe já ter pensado em tal, quando era jovem, num hiato de tempo que mediou entre a morte do pai e a doença da mãe, algo possivelmente potenciado por estar em plena adolescência. Disse entender a razão pela qual algumas pessoas o faziam, mas disse também que amava a vida e todas as pequenas coisas e que o dia seguinte, esse, era sempre um novo dia, renovado e com todas as muitas possibilidades e potencialidades que tal acalentava. - Duarte, moço, a vida é tão difícil e ao mesmo tempo tão ext...